CANCIÓN POR LA UNIDADE DE LATINO AMÉRICA. PABLO MILANÊS E CHICO BUARQUE

E quem garante que a História
É carroça abandonada
Numa beira de estrada
Ou numa estação inglória

A História é um carro alegre
Cheio de um povo contente
Que atropela indiferente
Todo aquele que a negue

É um trem riscando trilhos
Abrindo novos espaços
Acenando muitos braços
Balançando nossos filhos


quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Resenha da entrevista de Philippe Perrenoud para a Revista Nova Escola

GENTILE, Paula e BENCINI, Roberta. Entrevista da Revista Nova Escola com Philippe Perrenoud. Brasil, Setembro de 2000.


A ARTE DE CONSTRUIR COMPETÊNCIAS


Murilo Benevides de Oliveira
Faculdade Tecnologia e Ciências EaD

Philippe Perrenoud é doutor em sociologia e antropologia, leciona na Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Genebra, além de ser diretor do Laboratório de Pesquisas sobre a Inovação na Formação e na Educação (Life). Há alguns anos, ele se tornou uma referência essencial para os educadores em virtude de suas idéias pioneiras sobre a profissionalização de professores e a avaliação de alunos, denominada Pedagogia das Competências, que faz parte de uma corrente teórica construtivista empenhada em explicar como a inteligência humana se desenvolve partindo do princípio de que o desenvolvimento da inteligência é determinado pelas ações mútuas entre o indivíduo e o meio.

No ano de 1999, o educador Philippe Perrenoud publicou o livro “Construindo competências desde a escola” e um ano depois foi entrevistado por Paula Gentile e Roberta Bencini para uma matéria que foi publicada pela “Revista Nova Escola”.

Para Perrenoud, as escolas deveriam estar preparadas para desenvolver atividades capazes de estimular o indivíduo a mobilizar um conjunto de recursos cognitivos a serem usados no cotidiano da vida, em família ou no trabalho.

Para isso ele indica algumas mudanças que deveriam acontecer no sistema de ensino como: maiores investimentos do sistema educacional, tempo para as atividades pedagógicas, novas fórmulas na aplicação de métodos avaliativos e a profissionalização e capacitação dos docentes (com desenvolvimento de atividades que estimulassem as competências). Nesta última, Perrenoud trata com maior ênfase, principalmente quando fala da necessidade de identifica que tipo de atividade seria necessário aplicar para a diversidade individual dos alunos.

No seu livro  Construindo competências desde a escola  Perrenoud trata de abordar as competências como ferramentas a serem mobilizadas pelos professores conforme as necessidades, a fim de que se possam resolver determinadas situações-problema apresentadas na escola, no trabalho e fora dele. É, pois, a capacidade de agir eficazmente em um determinado tipo de situação, apoiada em conhecimentos, mas sem limitar-se a eles. A ideia de competência está baseada em um conhecimento amplo e atualizada sobre as novas práticas sociais.

As experiências do educador, entretanto, se resumem a argumentos que vão de encontro justamente ao sistema educacional, que segundo ele, “nada fazem além de adotar a linguagem das competências, sem nada mudar de fundamental”.

A entrevista realizada por Paula Gentili e Roberta Bencini com o educador Philippe Perrenoud em setembro de 2000, trata do livro do educador  Construindo competências desde a escola  que está direcionada às pessoas que se interessam pelos novos métodos pedagógicos construtivistas instituídos pela UNESCO e está implantado no PCN elaborada pelo MEC.


terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Patrimônio Histórico, Cultural, Ambiental e suas vertentes


Murilo Benevides de Oliveira
Faculdade Tecnologia e Ciências EaD


A partir do século XVIII, os intelectuais franceses da época, motivados pelas manifestações republicanas, sentiram a necessidade de preservar os bens que pertenciam à nobreza e ao clero, com o objetivo de guardar a memória histórica da nação. A preservação do Patrimônio Histórico foi de fundamental importância para o estabelecimento do sentimento nacional. No entanto, o modelo positivista de interpretar a história ficou caracterizado pela forma romântica a favor do Estado, com seus heróis, batalhas e pretensões imperialistas. Só que, no século XIX, inúmeras vertentes passaram a ditar novos modelos de interpretar a história. A Escola dos Annales fundada em 1929 passou a utilizar a interdisciplinaridade a favor de uma nova abordagem de estudos históricos. A nova forma utilizada pela Escola dos Annales deu ênfase aos patrimônios de natureza cultural, que passou a abranger aspectos intelectuais, religiosos, psicológicos, morais, históricos e políticos, caracterizados nas sociedades do passado e do presente, sendo de grande importância para estudar e identificar os grupos e as transformações sociais ao longo do tempo.

O conceito de Cultural criou novas vertentes para se estabelecer o que na verdade viria a se tornar um patrimônio cultural. No Brasil, segundo a Constituição Federal de 1988, no artigo 216 – Constituem Patrimônio Cultural Brasileiro os bens de natureza Material e Imaterial tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação e à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem: As formas de expressão; os modos de criar, fazer e viver; as criações científicas, artísticas e tecnológicas; as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais; os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico. E, para melhor identificar os bens culturais, eles foram divididos em três categorias: o Patrimônio Material, Imaterial e Ambiental.

Patrimônio Material
Mercado Adolfo Lisboa - Patrimônio Material de Manaus AM (foto/fonte: Diferentes Viagens)
O Patrimônio Material é um bem de natureza tangível e que pode ser utilizado para os estudos ao longo do tempo, ou seja, a cultura material é particularmente valiosa quando se estudam as sociedades que não deixam registros escritos. O Mercado Adolfo Lisboa, em Manaus, é um exemplo de Patrimônio Material. Tombado em 1987 pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional), registra os tempos áureos do ciclo da borracha, a sua estrutura possui características peculiares, sendo a única no mundo a ter uma arquitetura de ferro. Marcado pelo desenvolvimento colonialista, a importância do Mercado acaba por representar uma parte histórica da sociedade de Manaus.

Patrimônio Imaterial
Ofício das Baianas de Acarajé - Patrimônio Imaterial de Salvador BA ( foto/fonte: Portal da Cultura)
O Patrimônio Imaterial é um bem de natureza intangível, sua concepção passou a ser utilizada após ser instituída na constituição de 1988, no artigo 216. A sua importância abrange valores ao reconhecimento das tradições orais e imateriais da cultura popular. O Ofício das Baianas de Acarajé (inscrito nos Livros dos Saberes pelo IPHAN em 2005) é um exemplo de Patrimônio Imaterial, a baiana de acarajé identifica e é identificada pela cultura afro-descendente e a importância do seu ofício está diretamente ligada à cultura da culinária do povo baiano.

Patrimônio Anbiental
Serra do Curral - Patrimônio Ambiental de Belo Horizonte MG (foto: Lucas Alexandre/fonte: iKoNE foTO deSIGN)
O Patrimônio Ambiental é usado para o conhecimento da inter-relação cultural do homem com seus semelhantes e tudo que envolve o meio ambiente. A Serra do Curral, tombada em 1960, é um símbolo da fauna e da flora da cidade de Belo Horizonte. A flora diversificada apresenta áreas cobertas por cerrado, campo de altitude, mata de galeria e vestígios de Mata Atlântica. Sua fauna é rica em animais invertebrados e aves, além de 17 espécies de anfíbios, répteis e mamíferos de pequeno porte. Todas estas diversidades biológicas encontradas no local se tornaram de fundamental importância para manter a identidade ambiental da capital mineira.

Os Livros de Tombos e Registros acaba por dar proteção legalizada aos bens culturais. Entretanto, há muitos problemas para se manter este tipo de patrimônio preservado como: o abandono, depredação, conservação, restauração, roubo, furto, tráfico ilícito, descaso, omissão etc. Diante das irrefutáveis situações, não basta apenas tombar ou registrar, deve haver uma política de preservação patrimonial e sua aplicação efetiva, que não deve apenas se restringir a esfera federal, abrangendo as estaduais e as municipais. Um bem tombado não deve ser apenas um ônus, um problema ao seu proprietário. As leis orgânicas podem criar leis específicas para a redução de impostos municipais aos proprietários de bens tombados, incentivando a preservação de tais patrimônios.




sábado, 3 de dezembro de 2011

O poder hierárquico das classe e os escravos da antiga civilização

A ESTRUTURA DO PODER NAS CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE
Tema: Hierarquia social

Murilo Benevides de Oliveira
Faculdade Tecnologia e Ciências EaD

Na formação das primeiras civilizações da antiguidade, os chefes de estado basicamente se autodenominavam um enviado de deus, ou até mesmo, o próprio deus vivo, e acabavam monopolizando o poder supremo sobre a população. Porém, dentre as diversas civilizações antigas é possível identificar diferenças de poder e as estruturas das classes sociais, determinadas pela hierarquia de um poder não apenas religioso como também patriarcal de descendência, militar, ou por acumulação de riquezas, fato que sempre colocava o restante da grande maioria da sociedade em situação submissa às classes dominantes.

Na civilização egípcia, por exemplo, o faraó se autodenominou rei e deus dos egípcios. Abaixo do faraó o poder se dividia entre os sacerdotes, os altos funcionários, os monarcas, os escribas e os guerreiros, que detinham privilégios e estavam acima do restante da população, que era composta pelos artesãos, comerciantes e camponeses. Submissos a todas estas classes estavam os escravos. Esta última, no entanto, foi identificada praticamente em todas as civilizações da antiguidade.

A hierarquia das classes sociais egípcias pode até servir de base para a maioria das civilizações da antiguidade, que por sua vez podem ser divididas respectivamente entre o poder religioso, por acumulação de riquezas e/ou pelo poder militar. O restante da população se dividia entre os trabalhadores não descendentes, estrangeiros e escravos.

Apesar do poder teocrático predominar na maioria das civilizações antigas, a hierarquização das classes sociais dos povos helenos ganhou destaque por suas características peculiares. 

Na cidade-estado de Atenas, por exemplo, a democracia foi denominada “o governo do povo para o povo”, ou seja, o poder estabelecido na cidade era proveniente de uma escolha feita pelos cidadãos. No entanto, apenas uma minoria relativa à sociedade fazia parte da classe dos cidadãos, denominados Eupátridas, ou seja, homens ateniense. Os Metecos eram os estrangeiros, dedicavam-se a atividades como o comércio e o artesanato, não podiam possuir terras e nem participar da vida pública. Os escravos eram prisioneiros de guerra ou filhos de escravos, trabalhavam em diversas atividades servis.

Já na cidade-estado de Esparta, o poder foi caracterizado pelo militarismo e pela descendência, pois apenas os espartanos (descendentes dos dórios) poderiam participar da vida pública, eles detinham o poder e vários benefícios sobre as outras classes. Os periécos (como ficaram conhecidos os aqueus) eram livres, mas não tinham direitos políticos. Possuíam terras, mas eram obrigados a pagar impostos sobre elas. No exército não passavam de soldados de infantaria. E, por fim, os hilotas (descendiam dos messênios e de outros povos conquistados) eram escravos pertencentes ao Estado e cultivavam as terras dos espartanos.

Apesar das características excludentes das sociedades antigas, nenhuma delas se comparou à sociedade de castas introduzida pelo povo hindu. O sistema de endogamia era a base fundamental para a manutenção da existência das castas, que, por sua vez, era proveniente do deus Brahma, a divindade criadora do universo.
Segundo alguns estudiosos, a casta dos Brâmanes (sacerdotes e letrados) estavam acima das demais e deveriam ser reverenciados. Os xátrias (guerreiros) estariam no segundo escalão, ocupavam altos postos militares e na sua maioria eram governantes do tradicional sistema social védico-hindu. Os vaixás (agricultores, pastores e comerciantes), apareciam no terceiro escalão, porém detinham toda a riqueza da sociedade, eram os únicos que podiam praticar a cobiça. Os shudras (servos) formaram a quarta e mais baixa das castas, constituída por aqueles que nasciam para servir. Abaixo de todas as castas os dalits (intocáveis ou impuros), não foram se quer considerados uma casta, sua posição na sociedade era tão baixa, que sua sombra era proibida de tocar nas castas superiores.

Diante de todas as diversidades hierarquias da sociedade antiga é possível identificar o poder e a opressão de parte de classes sociais, representada pela aristocracia eclesiástica ou patriarcal, sobre povos vencidos em batalhas, que foram submetidas à servidão e denominados escravos da civilização.

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